
Esses exames comprovariam que as marcas não poderiam ter sido forjadas com a tecnologia disponível na época medieval. Logo, não há como negar sua autenticidade.
Ao longo dos anos, os céticos têm sustentado que o sudário é uma falsificação medieval, e testes de radiocarbono realizadas por laboratórios em Oxford, Zurique e Arizona, em 1988, apontam para a teoria de datação entre 1260 e 1390.
Contudo, os especialistas da Agência Nacional para Novas Tecnologias, Energia e Desenvolvimento Sustentável dizem que, para conseguir a nuance, a textura e a profundidade exatas da imagem no pano, seria necessário um laser ultravioleta, algo que obviamente os medievais não conheciam.
Conforme os escritores Bruno Barberis e Massimo Bocaletti, especialistas no assunto, existem três níveis de “autenticidade” do Sudário. No primeiro nível, admite-se que a imagem foi realmente produzida por um cadáver humano e por meios naturais. No segundo nível, admite-se que o lençol seja efetivamente uma mortalha do século I que envolveu um cadáver, mas não necessariamente o de Jesus Cristo.
No terceiro nível de autenticidade, admite-se que o Sudário é realmente a mortalha mencionada nos Evangelhos e que envolveu o corpo de Cristo após sua morte na cruz. A ciência não tem como atestar o terceiro nível de autenticidade; no máximo, consegue chegar até o segundo nível.
As conclusões mais famosas são do Projeto de Pesquisa do Sudário de Torino (Sturp), que reuniu dezenas de pesquisadores de várias áreas. A conclusão do Projeto é que a imagem não foi feita com pigmentos, nem teria sido obra de um artista. Na verdade, a imagem não tem explicação científica. Mais de 30 anos depois do encerramento das pesquisas do Sturp, o mistério continua.
O jornalista Tom Chivers, do Telegraph afirma que a “datação por carbono 14 atestou a origem medieval do Sudário”. Um pesquisador do laboratório de Oxford que fez os testes nos anos 1980, defende os resultados da datação e explica por que as hipóteses que desqualificam o teste estariam erradas.
Ao comentar a possibilidade de a amostra ser de um dos vários remendos feitos no Sudário, Christopher Ramsey afirma que “a maioria de nós concorda que isso não é plausível”.
O caso está longe de ser encerrado. É preciso um novo Sturp? A tecnologia avançou muito nos últimos anos, mas o acesso ao Sudário é restrito e controlado pela Igreja Católica, que não precisa de comprovações científicas para crer. O presidente do Centro Sindonológico do Brasil, José Humberto Resende, não concorda com novas rodadas de testes.
“Todas as vezes que o Sudário foi submetido a exames, alguém, por ato criminoso, tentou destruí-lo, como aconteceu no incêndio de 1997. Acho que só se deveríamos submetê-lo a novo exame quando tivéssemos um teste que fosse 100% infalível. Do contrário, é melhor esperar a vontade de Deus”, argumenta.
Como essa tecnologia ainda não existe, parece que epígrafe do livro de Barberis e Boccaletti continua atual: “o Sudário não teme o exame; teme apenas não ser examinado”.
Traduzido e adaptado por Gospel Prime de Notícia Cristiana
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